Foi preciso jogarem-se 90 minutos, prolongamento e chegar aos penáltis para encontrar o vencedor do jogo entre o Caldas e Benfica. No Campo da Mata, perante as bancadas onde reinavam maioritariamente adeptos do clube da casa, a equipa de Roger Schmidt sofreu e só após a grande penalidade convertida por João Mário respirou de alívio. Os encarnados seguem para a próxima eliminatória, mas o Caldas deixou não só uma imagem positiva, mas também a certeza que poderia ter vencido o líder do escalão principal.

Ao contrário do que se poderia pensar, perante uma equipa da Liga 3, Roger Schmidt não fez assim tantas alterações. Helton Leite na baliza, Brooks no centro do terreno e Rodrigo Pinho na frente de ataque, mas Grimaldo, Enzo Fernández, Florentino Luís e João Mário mantiveram-se a titulares.

Cedo se percebeu que o Caldas entrou em campo a olhar nos olhos do adversário sem medo, e foi fechando com sucesso os espaços e impedindo que o Benfica chegasse à sua baliza. Ainda assim, quando chegava, pela frente estava Wilson Soares que esteve em grande plano.

A primeira grande oportunidade dos encarnados foi ao minuto 34, altura em que Aursnes até atirou para dentro da baliza do Caldas, mas o lance foi anulado por fora de jogo. Antes do intervalo João Silva testou por duas vezes os reflexos de Helton Leite. Na primeira, uma bomba de fora da área, o guardião encarnado desviou o suficiente para a bola ir embater no poste, à segunda sacudiu para longe da zona de perigo.

O treinador das ‘águias’ lançou Musa para o lugar de Rodrigo Pinho no segundo tempo e o croata fez por merecer a aposta. Numa das suas primeiras aproximações à baliza marcou. Passe de João Mário, o avançado fintou André Sousa e Thomas Militão e fez o 1-0 com um remate cruzado. Nos minutos seguintes Musa podia ter feito um ‘hat-trick’, mas Wilson Soares com excelentes intervenções foi defendendo como podia. Grimaldo não marcou aquando da marcação de um livre, acertou no poste, e na jogada seguinte o Caldas empatou. Erro de António Silva, a perder a bola para Gonçalo Barreiras, este arrancou para a área e colocou a bola a passar por baixo das pernas de Helton Leite. Estava feito o empate, a casa quase vinha abaixo. Apesar do maior caudal ofensivo do Benfica, o tempo regulamentar terminou com a igualdade e o jogo seguir para prolongamento.

A toada atacante da equipa de Roger Schmidt manteve-se, destaque para o remate de Enzo Fernández aos 99′, acertou com estrondo na trave. No último minuto do jogo, um corte de André Sousa quase dava auto-golo, mas a bola saiu ao lado e seguiram-se as grandes penalidades.

Do lado dos visitantes o primeiro a marcar foi Enzo Fernández, que não falhou, já Clemente do lado do Caldas atirou para fora. Ristic, Aursnes e Chiquinho não claudicaram, André Simões, Leandro Borges e João Rodrigues também não, mas João Mário bateu com sucesso o último penálti e assegurou o apuramento do Benfica para a próxima eliminatória da Taça de Portugal.