Golos a abrir e a fechar de Geny Catamo, o último, um golaço, deram a vitória ao Sporting sobre o Benfica, por 2-1, uma vantagem dilatada na liderança do campeonato e ainda a desforra da derrota tardia sofrida na primeira volta.

O Sporting apresentava-se moralizado com o empate no dérbi de terça-feira, a contar para a Taça de Portugal e que garantiu a presença na final, mas o Benfica, apesar da eliminação, também estava confiante, por conta da boa exibição. Rúben Amorim apostou de início no trio que fez entrar ao intervalo do jogo na Luz e tão boa conta deram de si (St. Juste, Geny e Matheus Reis) e teve uma autêntica entrada de leão.

Logo no minuto inicial, aos 46 segundos, o regressado Pedro Gonçalves aproveitou um passe de António Silva para Bah que ficou curto, roubou a bola e rompeu pela esquerda, passando para a área, onde um desvio no central encarnado a fez sobrar para o segundo poste, onde apareceu Geny a finalizar. Esse lance viria a ser sintomático do que foi a primeira parte das duas equipas, oposto ao que tinha acontecido na terça-feira, com o Benfica muito desligado, com faltas de concentração e falhas técnicas, e o Sporting muito atento e enérgico.

O Benfica teve de correr atrás do resultado mas não se mostrava perigoso. Ao invés, o Sporting saía para o ataque pela certa e a causar calafrios. Aos 25′, passe em profundidade para Gyokeres, que ganhou no duelo físico com António Silva e junto à linha-de-fundo cruzou para Trincão, que à boca da baliza viu o remate sair prensado contra Otamendi mas mesmo assim quase entrar, valendo a reação rápida de Trubin. O primeiro lance de registo das ‘águias’ só aconteceu aos 30′, num remate forte mas um pouco por cima de Di María, com Neres a protagonizar lance semelhante aos 37′. Dois minutos depois, lance confuso na área leonina a terminar com um cabeceamento de Otamendi para defesa atenta de Israel.

As aproximações encarnadas à área contrária acabaram por dar frutos nos descontos da primeira parte, quando um livre lateral de Di María, ainda de distância considerável, encontrou Bah ao segundo poste, com o defesa a entrar de rompante para cabecear certeiro.

No recomeço do jogo, ambas as equipas tiveram aproximações perigosas à área contrária. O perigo apareceu aos 52′, quando uma bola que ressaltou em Hjulmand sobrou para Gyokeres, que descaído sobre a direita acertou com estrondo na barra, lance que entusiasmou os Leões. No entanto o conjunto encarnado demorou um pouco mas acabou por responder, quando aos 65′ Neres roubou uma bola a meio-campo, combinou com Di María e isolou-se para receber o passe do colega, contornando Israel mas vendo Coates cortar o remate em cima da linha.

O Sporting vacilou um pouco e Rúben Amorim refrescou a equipa, na defesa e no ataque, e isso deu-lhe novo ânimo. A atacar pecava por falta de definição na hora do último passe, mas o poderio físico de Gyokeres servia para pelo menos manter o Benfica em sentido. O jogo animou à entrada para os últimos dez minutos. Aos 81′, o remate de Di María levava selo de golo mas Israel voou e desviou com a ponta dos dedos, com a bola ainda a roçar na barra. Aos 88′, um lance que deixou os adeptos leoninos de mãos na cabeça, já que na sequência de um canto a bola sobrou para o segundo poste, onde Daniel Bragança só tinha de encostar mas acabou por pisá-la e falhar o remate, permitindo o corte para novo canto (88′). Se nesse caso levaram as mãos à cabeça de incredulidade negativa, logo a seguir os adeptos fizeram-no pela positiva. O canto vindo da esquerda sofreu um desvio de cabeça de Florentino e a bola sobrou para Geny descaído pela direita da área, que matou no peito e rematou de forma indefensável quase ao ângulo, num golaço de levantar o estádio.

O golo acabou por ser um murro no estômago para o Benfica, que no restante tempo de desconto ainda alargou a frente de ataque. Acabado de entrar, Marcos Leonardo viu a bola sobrar para si num lance de insistência de João Neves e rematou, valendo o bloqueio de Diomande junto à relva (96′). Até final, destaque apenas para a expulsão de Aursnes, aos 98′, por duplo amarelo.

O Sporting tem agora quatro pontos de vantagem sobre o Benfica e um jogo a menos, e muitos adeptos leoninos poderão ver este triunfo também como um bom presságio, já que a vez anterior em que venceram um dérbi caseiro a contar para o campeonato também o fizeram com um golo nos descontos e viriam a sagrar-se campeões.