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Rúben Amorim: “Estamos mais preparados do que estávamos há três anos atrás”

16 de Setembro, 2024 por redacção

Rúben Amorim, treinador do Sporting, participou hoje na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Lille, agendado para as 20h00 de terça-feira, de estreia na Liga dos Campeões.

A Liga dos Campeões e o seu novo formato:
“Para todos os clubes é muito importante jogar a Champions League, por tudo, pelo crescimento da equipa, pela valorização dos seus jogadores, pelo encaixe financeiro que nos permite também não ter que vender mais do que devíamos e temos provado isso ao longo deste tempo. Eu não sei se este formato vai ser mais difícil ou mais fácil, nós nunca jogámos este formato, acho que é mais apelativo e nós temos que tornar as competições cada vez mais apelativas para não andarmos naqueles jogos finais de grupo onde já está tudo decidido. Acho que aqui permite mais jogos, o que é bom para os clubes, mais emoção, clubes a jogar contra clubes diferentes e portanto eu acho que estamos todos entusiasmados por jogar este formato e principalmente por jogar na Liga dos Campeões.”

Muitos jogadores podem estrear-se. Poderá existir mais ansiedade?
“Eu acho que não, porque nós também temos que olhar caso a caso. Por exemplo, o Viktor [Gyokeres] é o primeiro jogo que vai fazer na Liga dos Campeões e ninguém dirá que o Viktor não está preparado para jogar este tipo de jogos. Já jogámos competições europeias no ano passado, obviamente que é totalmente diferente, mas criámos aí uma habituação. Depois outro jogador é o Morten [Hjulmand], acho que o Morten nunca jogou Liga dos Campeões, o ano passado foi a primeira vez que jogou competições europeias, mas ninguém olha para o Morten e pensa que ele não está preparado, porque veio de uma Liga italiana. Às vezes é subjetivo e temos que olhar caso a caso para perceber de que tipo de estreia estamos a falar. Eu acho que nós, na primeira vez que fomos à Liga dos Campeões, aí sim, éramos mesmo muito inexperientes. Eu sinto a equipa ansiosa pelo primeiro jogo, mas mais preparada do que senti naquela altura, talvez se calhar também porque eu sinto-me um bocadinho mais preparado para ajudá-los nesta competição. Prevejo um jogo difícil, obviamente que há sempre ansiedade em qualquer competição no primeiro jogo, jogamos em casa e acima de tudo as expectativas dos nossos adeptos estão muito altas e nós temos que saber viver com isso. Vai ser um jogo difícil, com alguma ansiedade, mas acho que nós estamos mais preparados do que estávamos há três anos atrás quando estreámos nesta competição.”

Jogar na Champions League, objetivos na competição e o ser olhado a nível internacional:
“Os jogadores sim, obviamente que os treinadores também. Eu não procuro isso, acho que temos vindo a aprender com isso. Eu aprendi muito o ano passado, eu vivo o momento, não penso em mais nada, vou pelo que sinto, digamos assim, porque tem muito a ver com a minha natureza. O que eu quero é ganhar, porque sou competitivo, os nossos jogadores também, mas eu tenho plena noção que é uma competição diferente para os nossos jogadores. Os nossos jogadores, que fizeram um campeonato excelente o ano passado, que são muito valorizados, mas que todos eles, pela qualidade que têm, sentem que isto é uma montra para dar um passo seguinte e não há como censurá-los nesse aspeto. Mas volto a dizer, não quer dizer que eles queiram sair ou que estejam mal aqui, mas sabem que têm uma atenção diferente e estão certamente ansiosos de mostrar aquilo que fizeram no campeonato e também na Liga Europa. Estão preparados para demonstrar isso na Liga dos Campeões. Nós queremos passar à fase seguinte, acho que passam 24, não penso muito nisso nesta fase, queremos acima de tudo ganhar jogos, marcar golos e jogar de uma forma diferente, porque olhando para os jogos da Liga dos Campeões e nós fomos ver… Mesmo no ano em que nós passámos aos oitavos de final, onde ninguém esperava, eu sinto que nós temos que jogar, este ano, de uma forma diferente. Acho que isso também é um objetivo. Obviamente que ganhar é o principal, mas queremos jogar bem e ter mais protagonismo nos jogos do que tivemos há três anos atrás. Respondendo diretamente à pergunta, o objetivo é passar à fase seguinte, jogar melhor, ganhar jogos e valorizar toda a gente daqui, sem pensar em dar o passo seguinte, mas simplesmente por valorizar o nosso trabalho.”

Visão geral da época do Sporting:
“Acima de tudo não vai ser possível fazer aquilo que fizemos no ano passado, que foi uma gestão mais a pensar no campeonato. Não esquecemos [a Liga Europa], porque nós fomos eliminados quando fizemos um excelente jogo na segunda mão contra o vencedor da Liga Europa, mas aqui e ali fizemos uma gestão diferente. Eu sinto também que temos mais opções para fazer essa gestão da mesma maneira, mas apostando em todas as competições e é isso que nós queremos fazer. Depois é preciso um bocadinho de sorte, olhar um bocadinho para isto do [Eduardo] Quaresma. Nós não quisemos utilizar o Quaresma, que vinha num bom momento, porque ele veio da seleção, porque não treinou com a equipa, poupá-lo e fazemos esta rotação porque acreditamos em todos os jogadores, mas no treino a seguir ele lesionou-se. Portanto, é preciso ter sorte com as lesões. O nosso objetivo é sermos bicampeões, o nosso objetivo é ir longe, onde pudermos ir na Liga dos Campeões, o nosso objectivo passa por vencer a Taça de Portugal e a Taça da Liga. Para isso vamos ter que rodar os jogadores todos e todos estão preparados e ter alguma sorte nas lesões, nos castigos e etc.”

Sente que a gestão que foi possível fazer em Arouca vai ajudar a equipa neste jogo da Liga dos Campeões e se essa gestão é para manter ao longo da época, consoante os desafios que forem aparecendo?
“Sim, a gestão é sempre feita não a pensar no que vem à frente, mas no que aconteceu para trás e foi isso que aconteceu. Os jogadores foram poupados em Arouca, porque nós tivemos agora três dias sem competição e jogamos ao quarto dia, dá para recuperar. Penso que foram essas as contas. Mas houve jogadores que não treinaram connosco e tiveram um jogo, dois dias, com viagens, como o Morita. Essa gestão foi feita a pensar naquilo que eles fizeram na seleção e no rendimento que teriam em Arouca, não a pensar que vamos recuperá-los em Arouca para jogar a Liga dos Campeões. Isso não vai acontecer e portanto, volto a dizer, mais importante às vezes do que ir longe na Liga dos Campeões, e nós que queremos ir o máximo, é ir à Liga dos Campeões no próximo ano, porque é isso que ajuda a crescer um clube a longo prazo. Nós queremos muito ser bicampeões. Agora, não podemos arriscar tanto numa gestão como fizemos o ano passado, porque o nível é completamente diferente e temos o nosso orgulho e os nossos objetivos de demonstrar também na Liga dos Campeões que crescemos como clube e como equipa.”

Discurso mais ambicioso nas competições europeias. É possível vencer a Champions?
“Vencer a Liga dos Campeões já é viajar bastante longe. O que nós queremos é demonstrar que estamos num momento diferente como clube, temos uma equipa diferente, jogamos de uma forma diferente. Eu não sei quais é que vão ser os resultados. Se olharmos para as equipas que nós vamos jogar, são equipas no mínimo iguais a nós. O que nós queremos ser é competitivos e mostrar que crescemos enquanto clube. Obviamente que hoje estou um bocadinho mais ambicioso, porque eu acredito que nós estamos mais preparados neste momento, e eu vou de acordo com aquilo que sinto na equipa, e, portanto, o que eu sinto neste momento e não sei, não controlo os resultados, o que eu sinto é que esta equipa está preparada para ser mais competitiva e, acima de tudo, jogar de uma forma diferente. Se vamos conseguir ou não, eu não sei. Agora, eu acho também que o nível da nossa equipa mudou, daí nós quando vamos para uma paragem das seleções termos não sei quantos internacionais e isso demonstra que nós estamos com uma capacidade diferente. Eu sinto que um jogador para crescer também tem que ter uma exigência diferente, coisa que eu não sentia há uns tempos e eu precisava era de tirar pressão aos meus jogadores. Eu vou gerindo a forma como comunico também e pressiono os meus jogadores de acordo com a qualidade e o momento em que eles estão. Agora, eu não faço ideia onde se nós vamos ganhar os jogos, se vamos perder os jogos. Sei que estamos mais preparados para jogar o nosso jogo na Liga dos Campeões, agora vamos ver onde conseguimos ir.”