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Um Benfica arrasador foi ao Dragão protagonizar um filme raramente visto, vencendo de forma concludente, com a repetição da goleada da primeira volta (4-1), um FC Porto de fraco nível com Pavlidis a brilhar com um hat-trick, destacando-se no topo do campeonato.
A história mostra que o Benfica, independentemente de estar num bom momento, costuma sofrer de um medo cénico no estádio do arquirrival e perder-se no jogo, mas nesta partida, isso começou a ser contrariado bem cedo, já que marcou logo no primeiro minuto, com Aktürkoglu a cruzar na esquerda e Pavlidis, em zona frontal na pequena área, a rematar de primeira. A resposta, e perigo, do FC Porto surgiu pouco depois e com ajuda… do Benfica: primeiro numa tentativa de passe de António Silva que esbarrou em Samu e deixou a bola em Fábio Vieira, que no entanto perdeu tempo e não rematou.
Eustáquio continuava a jogar como central quando o FC Porto armava jogo e os Dragões continuaram a aumentar a pressão, com o Benfica confortável em dar a iniciativa ao adversário, contando para isso com a segurança conferida pelos regressos de Tomás Araújo e Florentino, preferindo atacar pouco mas de forma rápida e acutilante. No entanto, foi através de um lance de bola parada aos 18 minutos que ameaçou o 2-0, com o livre de Di María a encontrar Florentino na área, que cabeceou para grande defesa de Diogo Costa; na recarga Tomás Araújo acertou no poste mas estava em fora-de-jogo. O FC Porto respondeu e dispôs de duas incursões perigosas: aos 26′, Fábio Vieira aproveitou um mau domínio de bola de Florentino no ataque para galgar terreno e servir Pepê na esquerda, que cruzou para falhanço de Samu junto à marca de penálti; aos 30′, o passe de Moura na área é intercetado por Trubin, que impede a bola de chegar a Samu e depois Carreras corta. No minuto seguido, combinação turca, com Kökçü a libertar Aktürkoglu na esquerda, este finta Nehuén Pérez, corta para dentro e remata em arco ao poste.
Entusiasmado, o Benfica continuava a carregar e aos 39′ uma perda de bola dos anfitriões transforma-se num ataque rápido conduzido por Aktürkoglu, que serve Pavlidis para um remate em esforço mas que ainda assim acerta no poste. O FC Porto tinha iniciativa mas falhava várias vezes no último passe e quando recorria a cruzamentos eles não eram finalizados da melhor maneira, como aos 40′, em que Samu ganhou no ar mas cabeceou ao lado. Ao cair do pano as Águias aumentaram a vantagem. Canto na esquerda, corte de Marcano para a entrada da área e Florentino remata mal e torto, só que a bola sobra para Pavlidis, que tira Nehuén Pérez do caminho e bisa com classe. Resumindo, uma primeira parte com muito Benfica e pouco FC Porto.
O início da segunda parte mostrou que o Benfica não tinha intenções de descansar sob os louros obtidos na primeira, com Di María, aos 48′, a tentar o canto direto, com Diogo Costa a responder com atenção e defendendo. O argentino voltou a deixar a defesa portista em sobressalto aos 53′, quando Carreras e Kökçü combinaram na esquerda e o espanhol cruzou para a direita da área, onde o Nº11 rematou de pronto à malha lateral, muito perto do poste. Com poucas ideias ofensivas, o FC Porto tentava causar problemas de outra forma, como aconteceu com Mora aos 57′, mas o seu remate de longe foi facilmente defendido por Trubin. Logo a seguir, valeu um corte oportuno de Nehuén Pérez, que esticou a perna na hora certa para bloquear o remate de Aktürkoglu na área (59′).
O Benfica podia ter abanado com a saída de Tomás Araújo, novamente por problemas físicos (60′), mas aguentou bem, mesmo após o FC Porto se tornar mais ofensivo, com a entrada de Gonçalo Borges. Samu voltou a tentar no ar aos 67′, após boa jogada e cruzamento do recém-entrado Martim Fernandes, mas a bola saiu por cima. Logo no lance seguinte, aos 69′, Pavlidis mostrou como se faz, ganhando bem o espaço na área para fugir à marcação e aparecer na cara de Diogo Costa para cabecear o cruzamento açucarado de Di María. Pouco depois, Bruno Lage reforçou o ataque, trocando Di María e Pavlidis por Schjelderup e Belotti. O FC Porto estava de rastos emocionalmente e viu o extremo norueguês ameaçar o 4-0 aos 79′, com o remate a ser desviado e passar muito perto do poste. A ténue esperança azul veio aos 81′, com Gonçalo Borges a cruzar da esquerda para a zona frontal, onde Fábio Vieira rematou para defesa incompleta de Trubin e Samu recarregou com sucesso.
O Benfica relaxou um pouco nos minutos finais mas ao FC Porto faltou garra e discernimento para capitalizar. Como se a derrota volumosa frente ao eterno rival não fosse dolorosa o suficiente, os adeptos do FC Porto, que começaram a sair logo após o 3-0, terão certamente ficado ainda mais frustrados ao ver o resultado final ser selado por um antigo jogador portista. Já nos descontos, aos 94′, Kökçü cobrou um livre na esquerda e Otamendi apareceu ao segundo poste a ganhar o duelo aéreo ao jovem extremo William Gomes, com o seu cabeceamento ainda a ser desviado por Diogo Costa mas a não alterar a trajetória da bola.
Com este resultado, o Benfica destaca-se na liderança do campeonato (ao mesmo tempo que deixa o FC Porto a 12 pontos de distância), passando a pressão para o lado do Sporting, que esta segunda-feira recebe um SC Braga que esta época já mostrou saber causar dissabores aos candidatos ao título, e que tem agora a possibilidade de ultrapassar os azuis e brancos e subir ao terceiro lugar do campeonato.