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Com uma vitória após reviravolta, o Sporting foi de menos a mais, ao contrário do Benfica, e juntou a Taça de Portugal ao campeonato, conseguindo uma “dobradinha” que lhe fugia há 23 anos.
Após uma semana em que o Sporting festejou e o Benfica lambeu as feridas, na sequência do triunfo leonino no campeonato, eis que as equipas se encontram na final da Taça de Portugal, num duelo que não acontecia há 29 anos, com a desforra na mente das Águias e a “dobradinha” na dos Leões. O Benfica apresentou-se com Samuel Soares na baliza, mantendo a aposta nesta competição, enquanto o Sporting não pôde contar com o lesionado Diomande. Mas talvez o que tenha surpreendido mais foi a mudança táctica do Benfica, usando o 3-4-3 que a dada altura da época usou um jogos de maior exigência, com Carreras como lateral e Dahl como ala esquerdo.
O primeiro sinal de perigo foi do Benfica, com Kokçü a tentar o remate de longe, obrigando Rui Silva a defesa atenta (5′). Pouco depois, aos 11′, penálti para o Benfica após corte de Gonçalo Inácio com o braço, mas após revisão VAR o árbitro a mudar a decisão, devido a fora-de-jogo de Kokçü no início da jogada. Os primeiros 15 minutos foram muito tácticos mas aos 20′ surgiu a ocasião mais flagrante, quando Bruma recuperou uma bola junto à lateral e serviu Pavlidis na área, para um remate que uma grande defesa de Rui Silva desviou para o poste.
O Sporting parecia algo surpreendido pela mudança táctica do Benfica, que começava a ter cada vez mais ascendente na partida. Aos 28′, passe longo do guardião Samuel Soares, Pavlidis dominou e deixou em Aktürkoglu, que avançou e depois serviu Bruma para um remate que Gonçalo Inácio desviou no último instante, com a bola a passar por cima; na sequência do canto, Pavlidis cabeceou por cima com algum perigo. O Sporting tinha muitas dificuldades em ligar jogo, abusando dos passes compridos e perdendo a posse da bola rapidamente, e só à beira do intervalo conseguiu mostrar alguma coisa no ataque, primeiro quando Gyokeres ganhou em força na lateral e cruzou para cabeceamento fraco de Pedro Gonçalves (43′) e depois quando o sueco, em mais um lance de poderio físico, recebeu de costas para a baliza, virou-se e rematou rasteiro para defesa segura.
Entrada em grande do Benfica na segunda parte, com Kokcu a rematar de longe e muito colocado, fazendo a bola entrar junto à base do poste (47′). Já na final da Taça da Liga o Benfica tinha marcado primeiro, e agora esperava-se uma reacção forte do Sporting. Aos 50′, boa combinação ofensiva e Bruma marca, mas o lance é anulado por falta de Carreras sobre Trincão no início da jogada.
E essa reacção começou numa jogada típica de Gyokeres, da direita para o meio, mas o remate a sair muito por cima. O Benfica começou a baixar linhas mas o Sporting a não ser muito pressionante, começando por tentar mudar isso com as entradas de Harder e Quenda, ao passo que o Benfica refrescava a equipa e robustecia o meio-campo, com as entradas de Renato Sanches, Aursnes e Leandro Barreiro ao longo da segunda parte.
A partir de dada altura, o Benfica só atacava pela certa, como foi o caso aos 81 minutos, quando Schjelderup roubou a bola a Eduardo Quaresma junto à lateral e serviu Belotti, que de ângulo apertado rematou para defesa de Rui Silva. Na resposta, ataque rápido do Sporting e remate fraco de Trincão para defesa de Samuel Soares (87′), o mesmo acontecendo ao 90+6′, num cabeceamento fácil de Harder para defesa. Num lance semelhante ao dos 81′, Belotti fez um passe a rasgar para Leandro Barreiro e este, também de ângulo apertado permitiu a defesa de Rui Silva (90+8′). À beira do fim dos dez minutos de desconto, golpe de teatro no jogo, com Gyokeres a passar por António Silva e depois a ser abalroado por Renato Sanches na área (90+9′). Frio como é, o sueco não desperdiçou o castigo máximo e levou o jogo para prolongamento.
No prolongamento, a componente mental de um golo marcado (e sofrido) à beira do fim acabou por ter o seu peso. Aos 96′ Harder rematou forte de longe à figura e aos 98′ só a coragem de Samuel Soares evitou males maiores, saindo da baliza para travar o remate à queima-roupa de Gyokeres após passe de Maxi Araújo na área, com António Silva depois a cortar para canto. No entanto, desse lance acabou por surgir o 2-1, com o excelente cruzamento de Trincão a ser correspondido por Harder com um cabeceamento forte e colocado.
A moral encarnada caiu a pique e nem a entrada de Di María ajudou a puxá-la para cima, apesar das tentativas do argentino, algumas delas perante o novato David Moreira, entrado para o lugar do fatigado Maxi Araújo, naquela que foi a sua estreia na equipa principal. Aos 117′ remate de longe por cima e aos 119′ cobrou um livre para Rui Silva agarrar sem problemas. Já nos descontos do prolongamento, aos 121′, Trincão matou, após uma jogada trabalhada com paciência na esquerda e o Nº17, com um belo toque, a fazer um túnel a António Silva antes de rematar junto à base do poste.
Desta forma, os Leões desforram-se das últimas duas derrotas na final da Taça de Portugal frente ao Benfica, somando o seu 18.º título na competição e encerrando a época com chave de ouro.